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A obra é o principal produto da construção civil. Por isso, diferentemente de outros ramos, o ganho de uma construtora depende de etapas, de empreitadas, de porcentagens que acabam dificultando a avaliação do resultado no negócio pelo empreendedor.

Veja se você concorda com o seguinte:

O início de uma obra é sempre mais difícil, porque o dinheiro demora mais a entrar.

Se você tem interesse em transformar esse desafio de gestão em uma tarefa um pouco mais simples, precisa entender o papel da contabilidade na construção civil!

Sabe por quê?

Olhar apenas para o dinheiro que entra (ou não) significa manter foco no financeiro. Mas é a gestão contábil que vai ajudar o empreendedor a continuar otimista, principalmente quando faz a administração de uma PME (Pequena e Média Empresa).

Mas você não precisa passar por esse desafio sozinho!

Por tudo isso, esse ebook reúne detalhes da contabilidade que são de grande importância na gestão da construtora. São cinco os principais passos:

  1. Preparar orçamento e memorial descritivo
  2. Escolher tipo de tributação
  3. Planejar a escrituração contábil
  4. Elaborar e apresentar demonstrativos
  5. Liberar CND e Habite-se
  •  A escolha da tributação;
  •  O tipo de contrato;
  •  O auxílio da contabilidade consultiva na gestão.

1. Escolha a tributação mais vantajosa para os seus objetivos

Não importa se você está começando ou se já faz parte do mercado da construção civil, reconhecer qual é o melhor perfil tributário é uma tarefa crucial. Recorrer à contabilidade consultiva é a melhor escolha.

Para a contabilidade na construção civil existem cinco principais alternativas ou perfis tributários:

  •   MEI (Micro empreendedor Individual)
  •   Supersimples
  •   Lucro presumido
  •   Lucro real
  •   RET (Regime Especial de Tributação)

1.1 MEI regulariza a mão de obra

Se você é dono de uma construtora, provavelmente terá contato com o MEI ao escolher prestadores de serviço. Esse perfil tributário surgiu a partir da necessidade de regularizar a mão de obra autônoma. Esse pode ser o caso de pedreiros, azulejistas, eletricistas e outros trabalhadores que prestam serviços a várias construtoras e incorporadoras.

1.2 Super simples para facilitar o recolhimento

Reune  em um único tributo todos os impostos que a empresa deveria pagar mensalmente – desde ISS, ICMS até encargos trabalhistas. Há duas classificações neste imposto:

As empresas da construção civil são tributadas conforme as tabelas III e IV do Simples.

1.3 Lucro Presumido X Lucro Real

Se a sua empresa tem uma renda bruta superior a R$ 4.8 milhões, existem duas opções: o Lucro Presumido e Lucro Real. A escolha afetará o recolhimento dos seguintes tributos:

  •   IRPJ (Imposto de Renda – Pessoa Jurídica);
  •   CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido;
  •   PIS (Programas de Integração Social);
  •   COFINS (Contribuição para Financiamento da Seguridade Social).

Isso tudo significa que, no Lucro Presumido, a arrecadação destes tributos terá como referência as tabelas estabelecidas pelo Fisco para cada segmento. Na construção civil, a alíquota fixa do IRPJ para atividades imobiliárias é de 8%, por exemplo, porém sobe para 32% “quando a prestadora não empregar materiais de sua propriedade nem se responsabilizar pela execução da obra”.

No Lucro Presumido, mesmo que a empresa tenha obtido lucro maior ou menor, paga sempre a mesma alíquota. Eis a grande diferença para o Lucro Real.

No Lucro Real a construtora pode, por exemplo, não pagar IRPJ e CSL, caso não tenha obtido lucros no ano calendário das declarações. Isso porque o IRPJ e a CSL são calculados sobre o lucro efetivamente auferido, sujeitos a ajustes previstos em legislação.

O Lucro Real pode ser vantajoso, caso a empresa esteja começando vários novos projetos. Como já foi falado neste ebook, no início de uma obra, o balanço financeiro fica sempre no vermelho. As edificações podem levar longos prazos para serem concluídas, ou seja, a construtora leva um tempo considerável para realmente receber pelo trabalho.

 

1.4 RET –  Especial para a Construção

A contabilidade na construção civil tem tantos pormenores que fica difícil não pensar em métodos só pra ela. Por isso, o governo criou o RET. Esse regime especial ajuda construtoras oferecendo uma alíquota de 4% a 6%.

Como toda moeda tem dois lados, a contrapartida para essa redução é tornar o imóvel um Patrimônio de Afetação.

Mas o que isso significa?

A construtora, assumindo que um determinado projeto é Patrimônio de Afetação, mostra que, em caso de falência, o imóvel não poderá ser usado como moeda para quitação de dívidas. O que garante ao governo o recolhimento dos impostos por meio do bem construído.

 2. O tipo do contrato de construção condiciona os tributos

Existem duas modalidades principais de pagamento pelos serviços da construção civil:

  •   Empreitada
  •   POC (Percentual de Obra Concluído)

Na empreitada, a cobrança de tributos ocorre de uma só vez. Já o pagamento deve ser feito antes ou depois da entrega, conforme estabelecido em contrato.

 

No POC, a cada etapa concluída, é feito o faturamento por percentual de obra entregue, porém, para ser elegível a essa modalidade, é preciso que a empresa transforme a obra, que é alvo do contrato, em patrimônio de afetação. O que, como foi visto, demanda o registro do memorial de incorporação no cartório para criação do patrimônio de afetação na receita.

 

 3. Os 4 controles da contabilidade consultiva

Saiba que é a gestão contábil que mostra quando uma obra é lucrativa ou não. Mesmo com as contas no vermelho, o seu negócio pode estar indo bem. Ao final de todas as contas é a contabilidade que mostra o real desempenho de cada obra.

Você sabe a diferença entre lucro contábil e lucro financeiro?

O grande detalhe da relação de ambos na construção civil é que eles se equivalem apenas ao final de cada obra. A contabilidade na construção civil deve apurar e analisar esses dois tipos de lucros: pois um é comandado pelas previsões de despesas e receitas e o outro pelas entradas e saídas de dinheiro.

É neste ponto que a contabilidade consultiva melhora o gerenciamento dos processos administrativos, permitindo o controle do lucro contábil e não somente o lucro financeiro.

Se o seu lucro contábil estiver ruim, a sua construtora com certeza não está bem financeiramente. Porém não se pode fazer a mesma afirmação no caso do lucro financeiro. Este costuma ser negativo até momentos antes das vendas do empreendimento crescerem.

 

Uma dica importante antes de conhecer cada tipo de controle:

Faça a contabilidade obra por obra. Você pode até misturar receitas e despesas na prática, mas não na gestão contábil.

3.1 Controle de orçamento

O primeiro controle realizado pela contabilidade na construtora é o de orçamento. O que foi previsto como referencial dos gastos deve ser comparado ao realizado. A melhor forma de fazer isso está na comparação entre relatórios.

3.2 Controle do uso de insumos

Para a maioria das PMEs da construção que não contam com um sistema de gestão (Enterprise Resource Planning, ERP), a contabilidade consultiva preenche uma lacuna no controle de insumos.

Sabe como?

Varrendo documentos em busca do registro de uso de materiais. Nas PMEs é comum um caminhão de pisos servir mais de uma obra. Assim como uma encomenda de tintas pode ser pulverizada entre vários projetos. Afinal de contas, é sempre mais vantajoso comprar na modalidade atacado devido aos descontos oferecidos.

3.3 Controle de alocação de pessoal

A rotatividade entre obras e o turnover na construção civil é bastante comum, designando a permanência por períodos curtos de trabalhadores na empresa. Como você já sabe, fazer o controle contábil de obra à obra é muito importante para que sejam descobertos os pontos em que a construtora está perdendo dinheiro.

Primeiramente, cada obra deve ter o seu plano de contas contábil. Você pode começar por uma planilha, estabelecendo quatro categorias:

  1.  Ativos;
  2.  Passivos;
  3.  Receitas;
  4.  Despesas.

A mão de obra entra como “Despesa” na subcategoria “Despesas fixas”, ainda com mais uma classificação, a de “Salários”. É neste nível de especificação que a troca de matrículas e respectivos salários deve ser feita entre cada conta contábil.

3.4 Controle financeiro

Lembra dos contratos e dos tipos de pagamento: por empreitada ou por percentual concluído? Eles são essenciais para o controle financeiro.

Perceba que:

Nenhuma construtora precisa escolher apenas uma das modalidades de pagamento. O que conta nessa opção é: tipo de obra, prazo e orçamento.

Essa é também uma forma de conhecer o faturamento mensal e ter controle sobre as necessidades de aditivos de valor ou de prazo.

Conclusão

A contabilidade na construção tem peculiaridades e demandas especiais que são reflexos dos desafios deste segmento. Além de ser um mercado com grandes flutuações e sazonalidades na procura, é também altamente cobrado pela qualidade das ofertas. Isso faz com que o lucro seja uma dúvida para as construtoras.

Se você precisa garantir que as margens sejam maiores para poder fazer e empresa crescer, a contabilidade consultiva provou ser uma grande aliada.